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Temer apresentava 90% de obstrução em três artérias coronárias

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25/11/2017 – 14h47

Presidente passou por cateterismo na madrugada deste sábado e ficará internado por 48 horas

SÃO PAULO E BRASÍLIA – O presidente Michel Temer apresentava obstruções superiores a 90% em uma das artérias principais e duas secundárias do coração, disse neste sábado o cardiologista Roberto Kalil Filho, ao explicar o quadro que levou o peemedebista a ser submetido a um cateterismo. A intervenção ocorreu na noite de sexta-feira e se estendeu até o início da madrugada deste sábado, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Segundo Kalil, se houvesse mais de uma das artérias principais entupidas, seria necessária uma cirurgia cardíaca. Sobre o procedimento, o cardiologista explicou que em duas das artérias foram implantados stents, uma prótese de metal que se expande e ajuda a reduzir uma obstrução. O presidente passa bem e ficará internado por mais 48 horas, podendo receber alta nesta segunda-feira.

Por conta disso, o Palácio do Planalto informou que adiou, mais uma vez, a visita de estado do presidente da Bolívia, Evo Morales, que ocorreria na segunda. A visita já tinha sido adiada quando Temer teve uma obstrução urológica, no mês passado, e foi internado em Brasília e depois em São Paulo.

— No caso do presidente, uma artéria principal, a descendente anterior, tinha uma obstrução importante e as outras duas artérias, (que são) mais secundárias (também estavam obstruídas). (Fizemos) colocação de stent em duas artérias (principal e diagonal) e, na outra, angioplastia sem stent. Se fossem três artérias principais, ele iria para uma cirurgia (mais complexa) — disse Kalil.

No caso da artéria que não recebeu um stent, a desobstrução foi feita com a utilização de um balão, introduzido e inflado dentro da artéria. Todo o procedimento foi realizado a partir de uma das virilhas, pela artéria femoral e por meio de punção, que é uma leve perfuração com a utilização de um cateter. O entupimento das artérias de Temer, por questões hereditárias, afirmou Kalil, era superior a 90%.

— Normalmente, as obstruções com 70% ou mais das artérias do coração têm indicação de revascularização, ou através de cirurgia, ou através de angioplastia. No caso do presidente Michel Temer, as obstruções cursavam em torno de 90% — explicou.

O cirurgião cardíaco Fábio Jatene também acompanhou o cateterismo feito em Temer, concluído no início da madrugada deste sábado. Kalil explicou que a necessidade de realização do procedimento já havia sido identificada, após Temer ser internado no dia 25 de outubro com um sangramento na próstata. Por esse motivo, detalhou o médico, houve um adiamento porque o cateterismo exige que o paciente tome medicamento para “afinar o sangue”, o que não é recomendado em caso de hemorragia.

— O presidente é um homem saudável e ele fez exames de rotina. Na tomografia, não apontou nenhum problema mais grave. Muitas vezes acontece isso mesmo (porque) a doença coronária é muito traiçoeira. (Havia) uma simples evolução de uma placa de gordura em uma das artérias. Então, se ponderou fazer um cateterismo na época, não havia urgência nenhuma. Já estava programado, como vocês sabem, para a semana que o presidente teve o problema na próstata, o sangramento. Por isso, foi adiado — justificou.

ANTES DO CATETERISMO, AVALIAÇÃO DA PRÓSTATA

Antes do cateterismo feito nesta sexta-feira, Temer passou por uma avaliação da cirurgia feita na próstata há um mês. O urologista Miguel Srougi disse que a intervenção do dia 25 de outubro foi “de urgência, num momento de sofrimento do presidente”.

— Ontem (sexta-feira) foi uma intervenção (cardíaca) planejada, muito mais relevante do que a anterior (urológica). A anterior, como eu disse, foi apenas para resgatar alguém que sofria. A ação da equipe cardiológica foi exuberante. E essa intervenção não apenas aliviou o sofrimento, (mas) ajudou, provavelmente, a preservar a vida de um brasileiro muito importante, que teria sua existência talvez tolhida se não fosse exercido esse ato médico — afirmou Srougi.

Ao ser questionado se Temer corria risco de vida, o cardiologista Roberto Kalil Filho respondeu que “sim, é uma doença silenciosa”, mas afirmou que a ameaça é muito menor após o cateterismo feito no presidente.

— Por isso que a doença cardiovascular é das que mais matam no mundo. Eu posso ter uma obstrução grave conversando com vocês aqui e não saber (antes) porque não tenho sintoma. Quer dizer, o risco que ele (Temer) corria é muito maior do que agora (após o cateterismo) — disse.

O próximo boletim médico sobre o estado de saúde de Michel Temer será divulgado neste domingo.

VISITA ADIADA

A visita do presidente da Bolívia, Evo Morales, ao Brasil, que aconteceria nesta segunda-feira, foi adiada por causa da internação do presidente Michel Temer no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Segundo nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, “o governo brasileiro está em contato com as autoridades bolivianas para definição de uma nova data”.

Temer apresentava 90% de obstrução em três artérias coronárias

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