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Planalto ‘demite’ Imbassahy por engano no Twitter e gera revolta entre tucanos

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22/11/2017 – 19h59

Planalto ‘demite’ Imbassahy por engano no Twitter e gera revolta entre tucanos

BRASÍLIA – A conta no Twitter do Palácio do Planalto divulgou, por engano, que o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MT) tomaria posse na Secretaria de Governo nesta quarta-feira, na mesma cerimônia em que Alexandre Baldy (Sem partido-TO) viria a assumir o Ministério das Cidades. Auxiliares do Presidente Michel Temer chegaram a confirmar que Marun seria o substituto de Antonio Imabasshy (PSDB-BA), mas depois o Planalto negou a informação.

A “demissão” de Imbassahy pelo Twitter levou a um movimento de solidariedade entre os tucanos governistas, que ameaçaram tirar o apoio a reforma da Previdência e boicotar o jantar que será realizado na noite desta quarta no Palácio do Jaburu para amarrar o apoio a votação da matéria. Deputados afirmaram que até o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, teria anunciado disposição de repensar sua permanência no governo em desagravo a Imbassahy — o ministro, contudo disse que a a informação não tem fundamento.

Após o anúncio, Imbassahy trocou vários telefonemas com os colegas da Câmara, aquela altura revoltados.

— Há um movimento crescente aqui na Câmara, não pela saída do Imbassahy, mas a forma como acabou sendo substituído. Cresce a solidariedade a ele pela forma pouco correta como foi tratado pelo presidente — disse um dos deputados que apoiaram o boicote.

A situação teria levado inclusive a Temer voltar atrás e reconsiderar a demissão.

— O Imbassahy fica. Na conversa, agora o presidente Michel Temer pediu desculpas a Imbassahy e disse que alguém se precipitou ao anunciar a posse do Marum antes de uma decisão sobre sua saída do governo — contou um dos aliados de Imbassahy.

Além da ameaça de boicote dos tucanos governistas, pesou a favor da permanência de Imbassahy, por enquanto, a péssima repercussão da nomeação de Marum, ex-braço direito do deputado cassado e preso Eduardo Cunha. Dissidente do governo, o senador Renan Calheiros (AL) botou lenha na fogueira em discurso no plenário e nas redes sociais.

“O Eduardo Cunha montou esse governo e segue dando as cartas, mesmo da cadeia. Essa nomeação do Carlos Marun é um absurdo! O Temer poderia ter sido mais corajoso, tirado o intermediário e nomeado diretamente o próprio Cunha para a Secretaria de Governo”, publicou Renan, em sua página no Twitter.

Para os deputados tucanos, Temer recuou sobre a saída de Imbassahy levando em conta a necessidade de manter laços com o PSDB que lhe dá votos.

— O ministro Imbassahy sempre disse que estava no governo cumprindo uma missão e enquanto fosse necessário continuaria no Ministério, mas se tivesse que sair amanhã, sairia. O presidente Temer está avaliando o momento mais adequado para fazer essa mudança. A questão é a governabilidade. O PSDB sempre manifestou sua responsabilidade de apoiar as reformas — disse o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

TEMER DECIDE ‘CONGELAR’ MUDANÇA

O presidente Michel Temer decidiu intervir e “congelar” a mudança na articulação política. Temer ouviu de aliados que ele perderia mais votos no PSDB, para a votação da reforma da Previdência, caso conduzisse mal a saída de Antonio Imbassahy. O próprio Temer admitiu a aliados que a questão fora conduzida de forma atabalhoada e que não pretendia mexer em Imbassahy até dezembro, mas que houve um avanço do PMDB da Câmara e de deputados do chamado “centrão” desde a noite de terça-feira.

— Há maneiras de um ministro como Imbassahy deixar o cargo. Alguém que ajudou tanto o presidente não pode sair assim — disse um interlocutor que esteve com o presidente.

O nome de Marun é da cota do líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), que foi criticado por aliados por ter sido muito insistente. Baleia teria sido “enquadrado” nesta quarta-feira, daí o recuo do governo sobre a anunciada nomeação de Marun.

Os aliados de Imbassahy atribuem a uma estratégia do PMDB para dar o fato como consumado o anúncio da escolha de Marum, e dizem que o apoio manifestado por ao ministro tucano, reafirmando sua permanência no cargo, “não é coisa datada”, ou seja, que não há data para substituí-lo no cargo. Os tucanos dizem ainda que a “manobra do PMDB” foi um gol contra nas articulações de Temer para aprovar a reforma da previdência.

— Tiramos na Executiva nacional uma posição clara de apoio a reforma da Previdência, que é inadiável e imprescindível para a recuperação da economia. Imbassahy está lá para servir ao País. Fica como sempre esteve — destacou o deputado Marcus Pestana (PMDB-MG).

Temer conversou reservadamente com aliados de confiança sobre o incômodo da situação. Ele considera Imbassahy amigo pessoal e precisou ser convencido de que a troca era necessária. O tucano agora deseja voltar a ser deputado e não ganhar um arremedo de ministério.

— Ele não quer descer de degrau, pegar um ministério menor — disse um deputado.

Segundo interlocutores, depois da ofensiva de Baleia, houve uma acomodação das forças nesta quarta-feira.

Além disso, aliados consideraram um erro querer misturar a posse de Alexandre Baldy no Ministério das Cidades com a questão de Marun. Para aliados, esta quarta-feira era o dia de Baldy e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), “brilharem”. Maia foi o maior responsável pela indicação de Baldy.

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