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quinta-feira, março 28, 2024

No exterior, já perguntam como seria o Brasil do Bolsonaro

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17/08/2018 – 08h43

‘Financial Times destaca que economia brasileira precisa de uma dose de amor duro’

O início da campanha eleitoral ecoou mundo afora, com o noticiário se dividindo ao meio entre “o Trump brasileiro e o condenado por corrupção”, na chamada do russo Kommersant para despacho da correspondente Ekaterina Mareyeva. Mas Financial Times (reproduzido acima) e outros financeiros já projetam o que seria o Brasil do presidente Jair Bolsonaro.

Em artigo do correspondente Joe Leahy intitulado “Economia do Brasil precisa de uma dose de amor duro”, o FT busca responder à pergunta que estaria diante dos investidores, agora que “começou oficialmente a campanha em que um militar de extrema direita está liderando as pesquisas” e pode em breve comandar o maior país da América Latina. Em suma: “O que isso pode significar para os mercados?”.

Compara-o a outros “homens-fortes” como o presidente turco Tayyip Erdogan, o filipino Rodrigo Duterte e Trump, mas se concentra em economia: “Ele diz que segue seu consultor, o banqueiro e investidor formado na Universidade de Chicago Paulo Guedes. Os mercados gostam das inclinações econômicas fortemente liberais de Guedes. Uma dose de amor duro [tough love] é definitivamente o que a economia precisa”.

Por outro lado, “o problema é se ele e Guedes podem cumprir suas promessas. Na falta de uma coalizão no Congresso notoriamente dividido do Brasil, eles vão se debater para levar adiante seu controverso programa econômico”.

Na mesma direção, no site americano de finanças Seeking Alpha, criado por um ex-analista do Wall Street Journal, um primeiro texto enfatizando a liderança de Bolsonaro afirmou que ele “parece liberal, mas há preocupações”. De resto, a cobertura, dos jornais franceses à agência chinesa Xinhua, dividiu as atenções com Lula.

O esquerdista Libération deu na capa a chamada “A extrema direita às portas do poder” e depois o título “Um ex-militar para liquidar a democracia”. Mas também publicou, da correspondente Chantal Rayes, a reportagem “Uma eleição em suspenso devido a um candidato fantasma chamado Lula”.

Na Alemanha, o Süddeutsche Zeitung, que já havia abordado Bolsonaro criticamente, se voltou para Lula mais positivamente, com vídeo, reportagens e a análise do correspondente Boris Herrmann. A agência estatal da China também deu mais atenção ao ex-presidente, ressaltando que a “eleição do Brasil é confusa”.

O LIVRO DE TEMER

No dia em que começou a campanha, o Wall Street Journal destacou reportagem em que entrevista Michel Temer, sob título ressaltando que “economistas o elogiam”. Ouve de Tony Volpon, do banco UBS, que “o que ele realmente tentou fazer foi arrumar o problema fiscal”, mas a situação “é extremamente ruim” e o serviço ficou para o próximo.

Temer contou ao WSJ que está escrevendo um livro. “Será ficção, mas baseado em personagens reais” de seus anos no poder, como afirmou ao jornal.

Nelson de Sá, Jornalista da Folha de S. Paulo

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