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Marun defende investigações sobre Janot após MPF denunciar Joesley

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25/06/2018 – 20h52

Como deputado, Marun foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o caso no ano passado

O governo federal avalia como “óbvia” a decisão do Ministério Público Federal (MPF) em denunciar o ex-procurador da República Marcelo Miller, a advogada Esther Flesch, o empresário Joesley Batista, sócio da J&F, e o ex-diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis Silva. O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Marun, defende que as investigações prossigam, inclusive sobre o ex-procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

A denúncia do MPF se baseia na certeza de que Miller recebeu vantagem indevida de R$ 700 mil para ajudar a J&F a ter acesso a informações para selar um acordo de delação premiada a Joesley. Para Marun, não há dúvidas de que Janot tinha consciência das tratativas. “Dá para se acreditar que uma delação tão importante como essa estaria acontecendo dentro da Procuradoria-Geral da República (PGR) sem que o procurador Janot soubesse? Eu tenho dificuldade para acreditar”, criticou.

O interlocutor político do governo frisou que, quando foi relator da CPI da JBS no Congresso Nacional, ele convidou Janot para se manifestar, mas ele não compareceu. “Eu sou do tempo de que quem cala consente. Falo com a mais absoluta convicção de que ele já sabia e tenho dúvidas dos motivos que fizeram com que ele, neste caso específico, clara e comprovadamente, faltasse com a verdade”, disse.

Não sobraram críticas nem para o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Marun avalia que o ministro fez “questão” de ser o relator da delação da JBS na Suprema Corte, insinuando que essa é uma situação que deveria ser apurada. O articulador político ainda insinuou que o ministro está protegido pelo “maior foro privilegiado”. “Ninguém tem foro maior do que esse, que só pode ser investigado por colegas. É a PGR quem tem que aprofundar essas investigações. Isso é uma situação que vejo como juridicamente indevida e que, portanto, deve ser investigada. Mas não tenho elementos para fazer qualquer tipo de afirmação, como faço em relação ao procurador Janot”, declarou.

Vingança

A denúncia feita pelo MPF é a vingança pela qual o governo federal esperava. Por mais que Marun e qualquer outro membro do governo negue uma satisfação com a decisão, o sentimento é de que as instituições começam a mirar outros envolvidos no escândalo provocado pelo vazamento dos áudios da conversa entre Batista e o presidente Michel Temer. Os impactos consecutivos àquela crise levaram o governo a perder força política no Congresso. A consequência imediata disso foi a perda da base, o que dificultou a capacidade do Palácio do Planalto em aprovar a reforma da Previdência.

O ministro de Temer não nega, no entanto, um desconforto quanto ao encaminhamento de decisões das instituições, como a investigação contra Janot. Para ele, se fossem investigações contra Temer, a suspeita “estaria andando até com mais dureza”. “Pois, afinal, se pede com tanta facilidade o rompimento de sigilo bancário, rompimento disso e daquilo. E, neste caso, isso não chegou a acontecer”, criticou.

Para ele, há razões que o levam a crer que estão sendo cometidos “equívocos sérios”. “E equívocos que têm atrapalhado o Brasil. Especialmente essa questão da investigação dos decretos dos portos”, reclamou. Marun é um defensor de que Temer não poderia sequer ser investigado por atos suspeitos de terem sido cometidos antes de ele ser presidente da República.

Ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun

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