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Malafaia diz que situação de Bolsonaro ‘ficará ruim’ se ele não transferir embaixada em Israel

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31/12/2018 – 08h20

Depois de encontro com o premier israelense no Rio, pastor diz que um dos motivos do apoio da comunidade evangélica a presidente eleito foi a mudança

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, ameaçou o presidente eleito Jair Bolsonaro neste domingo, dizendo que, caso ele não transfira a embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, o governo que toma posse nesta terça-feira pode perder apoio da bancada evangélica. “Eu avalio que ele vai perder crédito para caramba, muito. Ninguém pediu para ele fazer nada, ninguém pôs faca na garganta. Então, agora é melhor ele cumprir, ou então vai ficar chato. Vai ficar muito ruim para ele com a comunidade evangélica. Ele vai perder muita coisa”, afirmou. São mais de 130 deputados evangélicos nesta nova legislatura. Ele tem que saber o que ele quer.

Malafaia, que fez sua declaração a jornalistas no Rio de Janeiro, após um encontro do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com representantes da comunidade evangélica brasileira, afirmou que um “dos motivos do apoio da comunidade evangélica a Bolsonaro foi exatamente esse”, em referência à transferência da missão diplomática.

No final de 2017, os Estados Unidos tomaram a decisão, sem precedentes na comunidade internacional, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, medida seguida somente pela Guatemala desde então. A transferência viola a lei internacional, que, em resoluções da ONU, determina que o destino da cidade sagrada para as três religiões monoteístas deve ser decidido em negociações entre Israel e os palestinos, que reivindicam o setor árabe da cidade como capital do seu futuro Estado.

Neste sábado, Bolsonaro divulgou em sua conta no Twitter uma entrevista gravada no dia 11 de dezembro, na qual afirmou que ainda avaliava a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém. Ele disse que existem ameaças de boicote econômico ao Brasil caso o governo decida pela mudança, em uma referência aos 22 países do bloco árabe.

Neste domingo, no entanto, o primeiro-ministro de Israel declarou que o presidente eleito lhe disse no encontro dos dois na sexta-feira que a transferência está confirmada. Segundo Bibi, como é conhecido Netanyahu, Bolsonaro afirmou que a transferência “não é uma questão de se, mas de quando”.

“Tirar o pão do PT”

Malafaia afirmou esperar transferência tecnológica de Israel que permita transformar o Nordeste em um “pomar agrícola”. Ele afirmou que já esteve em Israel “mais de 20 vezes” e que o deserto de Neguev desenvolve agricultura em condições piores às do semiárido brasileiro. “Se Bolsonaro conseguir ajuda de Israel nessas áreas, vai ficar bonito”, afirmou o pastor. Se resolver a questão do Nordeste, ele vai tirar o pão da boca do PT.

O pastor também afirmou não temer retaliações comerciais de países árabes, apesar de a Liga Árabe já ter advertido por mais de uma vez o presidente eleito contra a transferência.

O conjunto de países árabes representa um importante mercado para os exportadores brasileiros. O Brasil registrou em 2017 um superávit de US$ 7,1 bilhões no comércio com as 22 nações do bloco, comparado com um déficit de US$ 419 milhões com Israel. A este respeito, o pastor disse que o Brasil não deve temer:
O jogo é pressionar. Aí vem a Liga das Nações Árabes [se manifestar], mas é o jogo político. “Eu acho que um presidente tem que ser macho nas suas convicções e não ficar preocupado com opinião de A ou B. Tem que ir pelo que é justo, e o justo é Israel ter sua capital em Jerusalém”.

Algumas correntes evangélicas neopentecostais acreditam que Jerusalém deve estar nas mãos dos judeus para que a volta de Jesus Cristo aconteça.

“Maiores amigos de Israel”

No encontro com representantes de igrejas evangélicas, Netanyahu descreveu os fiéis dessas igrejas como “os maiores amigos de Israel”. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, ligado à Igreja Universal, e o governador eleito do estado, Wilson Witzel, participaram do encontro. Em seu discurso, Crivella afirmou que Netanyahu pode “contar com cada um” dos evangélicos: “Eu sei que o senhor ama e é filho de Israel, mas tenho certeza de que o senhor não ama Israel mais do que cada um de nós”, afirmou Crivella.(O Globo)

Pastor Silas Malafaia

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