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Lula, o julgamento e a bravata política

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16/01/2018 – 15h58

Resta saber como o PT vai se colocar depois do resultado do julgamento

Em setembro do ano passado, Lula disse que preferia morrer a entrar para a história como mentiroso. Bradou a correligionários que estava disposto a travar a batalha jurídica que considerasse necessária para evitar que as denúncias de corrupção o colocassem atrás das grades. Quatro meses depois, com o julgamento batendo à sua porta, o PT partiu para o ataque, reforçando justamente a tal guerra de tribunais proposta por seu principal líder.

Ao chegar à segunda instância, e diante de iminente fervura nos próximos dias, Lula sabe que apenas seus pares e a massa vermelha de eleitores podem criar pressão contra os desembargadores. Hábil nas metáforas, o ex-presidente parece ter dado aos aliados, naquela época, a licença para radicalizar a luta contra a Justiça.

“Para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”, afirmou Gleisi, em entrevista ao site “Poder360” na segunda-feira (15). Antes, já havia viralizado um discurso da presidente petista dizendo que se Lula for preso o PT vai esquecer que existe democracia e estado de direito lno Brasil. Ou seja, que vai partir para o pau.

Dentro do próprio partido há uma divisão entre quem acredita ou não ser essa a melhor estratégia. Entre os que condenam o discurso inflamado estão os que lembram o quanto o PT é acusado, sem provas, de ter arquitetado a morte do prefeito Celso Daniel. Um trauma para os que há mais de 30 anos atuam ao lado de companheiros visionários. Acreditam, inclusive, que qualquer posição pública que beire o radicalismo deveria ser alvo de represália, até para além dos muros do PT.

Por outro lado, o confronto público é visto como única resposta a chamada “Justiça leviana”, que tenta levar Lula à prisão sem provas cabais, na avaliação deles.

Com ou sem radicalismo à vista, resta saber como o partido vai se colocar depois do resultado do julgamento, seja pela condenação ou absolvição de Lula. Só então será possível avaliar o peso da bravata política. (Flávio Freire/O Globo)

Lula e a presidenta petista Gleisi Hoffmann

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