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Lula afirma que sua tranquilidade infernizará o judiciário

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19/01/2018 – 07h15

Ex-presidente discursou em evento que reuniu artistas, intelectuais e militantes da esquerda no centro de São Paulo

SÃO PAULO – A cinco dias de seu julgamento em segunda instância no caso do apartamento tríplex no Guarujá, litoral sul de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que aguarda “tranquilo” a decisão da Justiça e permanecerá assim mesmo se condenado. Em um discurso de 51 minutos em um evento que reuniu artistas, intelectuais e militantes da esquerda no centro de São Paulo nesta quinta-feira à noite, o petista afirmou que sua tranquilidade vai “infernizar” a vida dos três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, que o julgarão na próxima quarta-feira, 24.

“Agora eu ‘tô’ tranquilo. E a minha tranquilidade vai infernizar a vida deles. Eu não sei qual é a decisão. A única coisa que peço é que eles leiam a peça de acusação e da defesa, vejam o que as testemunhas falaram e, com base nisso, me absolvam”, disse Lula, condenado a 9 anos e seis meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.”Mesmo se condenado (em segunda instância) vocês vão ver que a minha tranquilidade vai continuar”.

Proibido pela Justiça de depor aos desembargadores do TRF-4, Lula foi aconselhado por seus advogados a acompanhar o seu julgamento em São Paulo. Apesar disso, uma ida do ex-presidente a Porto Alegre pode acontecer na segunda ou terça-feira, véspera do julgamento. “Eu duvido que os juízes que me julgaram e que vão me julgar estejam com a tranquilidade que eu estou. Eu estou com a tranquilidade dos justos e inocentes. Eu sei que eu não tenho apartamento e eles também sabem”, disse o petista, que começou seu discurso às 23h, quatro horas depois do início previsto do evento.

O ex-presidente criticou a atuação da Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal, afirmando que os três tentam sustentar uma “mentira.” Em outro momento, Lula, sem citar o procurador da República Deltan Dallagnol, de 37 anos, afirmou que o Ministério Público não pode ter um “menino que aprendeu a empinar papagaio no ventilador e jogar bolinha de gude no carpete.” Para ele, “tem que ser alguém com alguma experiência de vida. Não pode ser um que passou em um concurso após três anos de curso financiado pelo pai desembargador para se meter a julgar um homem que vem do chão de fábrica”.

Lula disse também que a sua versão “Lulinha paz e amor” chegou ao fim, mas não pegará em armas. Com ironia, disse que deixará isso para a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que no início da semana declarou que para prender o Lula “vai ter que matar gente”, acrescentando que é um homem de bem, de paz. “Eu não vou pegar em arma como a Gleisi. Ela vai ser minha general”, disse.

Independente do resultado do julgamento, a executiva nacional do PT confirmou para quinta-feira, 25, um evento para confirmar a candidatura de Lula para presidente e traçar o cronograma do plano de governo.

Mobilização da esquerda

Para o comando do PT, o julgamento de Lula antecipou a mobilização da esquerda em ano eleitoral e abriu o diálogo em torno da candidatura do petista. O evento na noite de quinta-feira reuniu políticos e filiados do PCdoB e do PSOL.

Segundo o vice-presidente do PT, Alexandre Padilha, o julgamento de Lula antecipou a mobilização da esquerda e do centro-esquerda antes do processo eleitoral e cria uma frente política em favor de Lula. O ex-ministro da Saúde afirmou que a liderança de Lula nas pesquisas facilita o debate para possíveis alianças. – Com 42% dos votos não será difícil conseguir aliados.

Deputado federal pelo PCdoB, Orlando Silva classificou como um “tiro no pé” o julgamento de Lula neste momento. “A antecipação do julgamento por quem queria politizar o processo judicial foi um tiro no pé. De algum modo, isso criou uma trégua eleitoral entre os partidos, embora neste momento todos tenham candidatos “, diz Silva. O PCdoB tem a deputada federal Manuela D’Ávila como pré-candidata à presidência.

Coordenador do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, cotado para ser candidato a presidente pelo PSOL, afirmou que os partidos de esquerda neste momento devem defender o direito de Lula se candidatar, concordando com ele ou não. “Se eles quiserem levar isso adiante (a impossibilidade de Lula se candidatar), vai ter resistência e terá reação popular”, disse.

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