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A prefeita, o juiz e o coronel

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30/01/2019 – 15h49

Em meio a um turbilhão de denúncias Délia Razuk põe coronel do Exército para cuidar do cofre da prefeitura

Num país em que generais quatro estrelas batem continência a um capitão insubordinado e destrambelhado que virou presidente da República, por que não, na outrora reluzente Golden City, um coronel do exército para pôr medo, que seja, num “promotorzinho” metido a bagual que insiste em infernizar a vida de sua humilde e honrada prefeita? Este deve ter sido o raciocínio dos gênios que compõem o estafe de Délia Razuk, que induziram a alcaide naquele que pode ser o último dos grandes equívocos desse tormentoso período administrativo.

Em seu mundo cor-de-rosa das redes sociais, o que seria “uma quarta-feira incrível e cheia de surpresas boas”, como Délia Razuk desejou hoje aos douradenses? Com a prefeitura em pandarecos, a prefeita só poderia estar se referindo ao único assunto, exceto a doença do marido, a ocupar sua pauta nos últimos três meses – a expectativa da soltura de algum de seus ilustres auxiliares e aliados políticos que há dias estão atrás das grades, uns indo e voltando, como o ex-presidente da Câmara Idenor Machado e seu ex-secretário de fazenda e consogro João Fava Neto. Tanto otimismo assim só poderia ser algum habeas-corpus salvador para tirar de vez o injustiçado “seu João” da cadeia e passar logo o pesadelo da delação premiada, já que outras boas surpresas nem o mais credo dos douradenses espera mais.

Dali a alguns minutos, o que poderia ser uma “boa surpresa” não passava de mais uma dessas surradas jogadas de marketing, mais um factóide, para tentar encobrir o sol com uma peneira: a informação de que a prefeita acabava de entregar a chave do cofre esvaziado no período João Fava a um coronel da reserva do Exército. Nada contra o verde-oliva, até porque, como diria Lula da Silva, nunca antes na história a secretaria de fazenda de Dourados precisou tanto de um guardião com este perfil policialesco como agora. Mas, se é para pôr medo no promotor Rotunno e em seus homens de preto, por que não nomear logo um general?

De mais essa desesperada tentativa para evitar o cadafalso, fica uma indagação, certamente acompanhada de muita indignação, daqueles com um pouquinho mais de tutano: quem será que estão querendo enganar? Isto, depois da nomeação – certamente com intenções ainda mais diabólicas – de um juiz aposentado que não disse ainda a que veio, para a secretaria de governo (acéfala desde a saída de Raufi Marques), restando a esperança de que dê certa a fórmula Upiran – o promotor aposentado que vem se virando nos trinta para estancar, pelo menos, o descalabro deixado pela presidiária Denise Portollan na secretaria de Educação. Enquanto isso, tirante Cirilo Ramão, o pastor-vereador da base aliada recém-saído do xilindró, afastado do cargo e proibido de pisar no Jaguaribe enquanto corre um processo por denúncias, também, de corrupção, a prefeita recorre a ministros evangélicos outros servos de Deus, em busca de um reforço em suas orações. E haja orações!

A prefeita, tentando vender otimismo nas redes sociais

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