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A patética recepção para comemorar a saída de Zé Teixeira da cadeia

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17/09/2018 – 08h49

Cabos eleitorais foram esperar o deputado na chegada a Dourados

André Puccinelli, um dos mais fortes candidatos ao governo, preso às vésperas das convenções, depois de um deslize fatal na lama asfáltica. Odilon de Oliveira, o imaculado e um dia tão temido juiz que renunciou à toga para dar um tom de moralidade às eleições, tendo que explicar, aonde vai, seu envolvimento com a contravenção penal e, mais, denúncias de corrupção na própria vara que usou para cutucar sem dó nem piedade a bandidagem do Estado. Reinaldo Azambuja, o governador que busca a reeleição, tendo seu gabinete e sua residência vasculhados pela Polícia Federal na operação que investiga o envolvimento de seu governo com a quadrilha da JBS e que levou um de seus filhos e aliados de primeira hora, como o deputado Zé Teixeira e seu ex-secretário de Fazenda e Conselheiro do Tribunal de Contas Márcio Monteiro para trás das grades.

Não bastasse o ineditismo de uma campanha eleitoral nunca antes na história marcada por tantos solavancos, por conta da onda de ‘denuncismo midiático’, segundo o próprio governador, agora a comemoração “democrática” da saída da cadeia de um dos mais ilustres presidiários da operação que escancarou o famigerado esquema de regime especial de pagamento de ICMS, de incentivos fiscais, de vacas-papel e de notas frias. Democrática porque, pelo andar da carruagem, até que Jair Bolsonaro não suba a rampa do Palácio do Planalto este é o regime em que, aos trancos e barrancos, o Brasil vai se mantendo. Mais democrática ainda pela filiação partidária dos não menos ilustres cabos eleitorais que ontem foram até o distrito de Vila Vargas esperar pelo deputado Zé Teixeira, primeiro-secretário (o que administra o orçamento) da Assembleia Legislativa. Tudo, para dar um ar de triunfalismo à campanha, para deixar claro que segue o jogo! Sim, que é tudo uma injustiça, que o destemido ‘seu’ Zé Teixeira, a segunda alma mais honesta do Brasil (a primeira – Lula da Silva – também está encarcerada) não vai fugir à luta.

Para Dourados, pior que a continuidade de um canastrão tipo Zé Teixeira como um de seus próceres, é o futuro que aguarda pela cidade já constrangida porque não consegue emplacar um candidato a governador ou a senador, tendo sempre que se contentar com candidatos a vices ou suplentes. A mensagem mandada pela foto que ilustra este texto é das mais aterradoras. Entre os “democratas” que só não carregam Zé Teixeira nos ombros talvez temendo o efeito facada, de Bolsonaro, o líder da “República do Panambi”, Valdenir Machado, o inoperante “governador” regional, para quem o decano deputado aponta o dedo como que a dizer o que o povão ainda não sabe, mas o que já está acertado nos bastidores: “muito mais agora, se prepara, você é o próximo prefeito de Dourados”. Valdenir Machado, há anos defenestrado da Assembleia, depois de três dos mais improdutivos mandatos.

Por mais triste que possa ser a coincidência, esta desastrosa estratégia (quem será que foi o gênio que teve a iniciativa?) de recepção a mais um ilustre presidiário da política nacional acontece dois dias após a divulgação dos nomes que compõem o terceiro lote de condenados da Uragano – a operação da Polícia Federal que desmantelou a quadrilha que tomou de assalto a prefeitura de Dourados com a posse do “felomenal” prefeito Ari Artuzi. Será que não seria mais prudente esperar o final das investigações? Não se esquecendo de que além de vasculhar a residência e o escritório de Zé Teixeira em Dourados, a Polícia Federal ficou onze horas em seu gabinete, na Assembleia Legislativa. Onze horas. À toa não deve ter sido.

Valdenir Machado puxa o cordão que foi dar boas-vindas ao deputado após sair da prisão(foto:Conjunturaonline)

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