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Prender Amorim e Giroto é o mesmo que prender Puccinelli

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09/05/2018 – 10h20

Como escrevi ontem aqui mesmo, na coluna Bastidores, as prisões de Edson Giroto e de João Amorim podem significar uma pá de cal no projeto de retorno ao Parque dos Poderes do ex-governador André Puccinelli. Não tem como não associar as imagens de Giroto (agora em vez de carregando um colchão ao chegar ao prédio da Polícia Federal pedindo, já num comportamento típico de presidiário, a bituca do cigarro de Beto Mariano, outro preso da Lama Asfáltica) à de uma ponte construída no governo Puccinelli caindo em efeito dominó em Guia Lopes da Laguna ou do elefante branco em que se transformou o superfaturado Aquário do Pantanal em Campo Grande.

Neste momento em que a campanha eleitoral já corre solta nas redes sociais, para André Puccinelli a prisão de seu ex-secretário de obras, seu braço direito e esquerdo, por ele eleito deputado federal, depois instalado como o número dois do Ministério dos Transportes, sem contar as tentativas frustradas de fazer Giroto seu sucessor na prefeitura de Campo Grande é o mesmo que, para Lula da Silva, a prisão de José Dirceu. Pela mesma analogia a do empreiteiro-mór e (do avião) cheio de charme João Amorim como a dos petistas Antônio Palocci ou João Vacarri para o mesmo Lula.

Talvez até seja o caso de reforçar o título deste texto, já que pelo sentimento de impunidade existente hoje no Brasil prender apenas Girotto e Amorim não seja o mesmo que prender Puccinelli, mas muito pior, para quem tem pretensões de voltar ao comando do Estado. Não apenas pelas ligações umbilicais entre a trinca, mas pelos desdobramentos desta que já é a terceira prisão do mesmo bando, aí incluído Beto Mariano, não apenas um simples fiscal de obras da Agesul, mas ex-prefeito e também ex-deputado. Quer dizer, é gente poderosa que, já cansada desse vai-e-vem ao xilindró, pode fraquejar ao menor aceno de uma delação premiada. O próprio Giroto já se mostrava desconsolado ontem: “Trabalhei tanto em minha vida…” dando a entender que não merecia isso e entregando seu caso à justiça divina.

Como, além de Giroto, Amorim e Mariano o STF mandou prender também familiares (esposa e filha, inclusive) e subalternos, como as sempre “perigosas” secretárias, que, quando não entregam a rapadura mais fácil (como Ivonete Martins, que complicou uma barbaridade a vida do ex-governador Zeca do PT na escandalosa farra da propaganda) acabam esquecendo alguma agenda comprometedora em algum criado mudo, pode ser que acabe, enfim, vindo à tona os nomes dos verdadeiros proprietários das tais fazendas de lama e de outros empreendimentos que tanto prosperaram nos tempos das vagas gordas do governo emedebista em Campo Grande e no Estado e que deram origem ao processo.

Menos mal, para o “chefe” André Puccinelli. Com o fim do foro privilegiado determinado semana passada pelo mesmo STF que mandou prender sua turma, qualquer nova encrenca e ele deve tirar de letra no que depender do judiciário estadual. A única que coisa que lhe tira o sono é, uma vez livre de uma nova eventual cadeia, ter que fazer campanha, se é que vai haver campanha, com o tal do adereço, que é como ele se refere à tornozeleira eletrônica que o deixou traumatizado.

Prender Amorim e Giroto é o mesmo que prender Puccinelli

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