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Douradenses no Planalto

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12/11/2018 – 09h28

Raufi Marques foi o homem forte de Collor no Estado, agora a história se repete com Rodolfo Nogueira, o homem de Bolsonaro

Depois de ciceronear Fernando Collor de Melo em Mato Groso do Sul na eleição presidencial de 1989 contra o hoje aliado de primeira hora Lula da Silva, foi só passarem as festanças da posse e lá estava Raufi Jacoud Marques subindo a rampa do Palácio do Planalto para uma visitinha ao amigo e presidente eleito, em companhia de Humberto Teixeira, de quem era o secretário de Governo. Uma vez instalados numa das antessalas do Palácio, já inquieto pela demora, o prefeito passou os olhos pelo retrato de Collor, já enfaixado, na parede, e cochichou para o assessor: “este não é aquele Collor para quem fizemos campanha”. Era a arrogância acentuada pelo poder do fenômeno “colorido” que se elegeu prometendo acabar com os marajás e que logo seria defenestrado do governo pela falta de tato na lida com o Congresso.

Agora, pela forma como se mostra íntimo do presidente eleito, outro douradense não deve nem esperar pela posse. Ainda mais, porque, como Raufi Marques, além de principal cabo eleitoral de Bolsonaro por essas bandas Rodolfo Nogueira aproveitou sua condição de presidente do partido do homem, ops!, do mito, para se credenciar como candidato a suplente de Soraya Thronicke, virando, do nada, primeiro-suplente de senador.

À época Raufi Marques já era um craque como articulador político. Tanto que anteviu o potencial de Collor de Melo, ignorado por velhas raposas como Pedro Pedrossian, João Leite Schmidt e Londres Machado. Tudo bem que tanto ele como seu parceiro naquela empreitada, Denas Lugo, faziam parte de um grupo de jovens lideranças que o ex-governador Pedro Pedrossian sempre insistia em forjar, mas o velho cacique não punha muita fé no fenômeno das Alagoas, liberando seus meninos para a aventura.

Mesmo ignorado pelo amigo presidente, Raufi chegou a dormir deputado estadual na véspera das eleições de 1994, mas ficando como suplente, para depois se eleger vereador e presidente da Câmara Municipal, daí para a chefia da Casa Civil do governo Zeca do PT. Sua última empreitada foi a coordenação da campanha eleitoral de Délia Razuk, de quem também foi secretário de governo até o dia em que a prefeita se ajoelhou para o Ministério Público, forçando sua demissão por conta de denúncias em um processo do governo petista que já havia caducado.

Ao contrário de Raufi Marques, Rodolfo Nogueira não é muito talhado para a política. Tanto assim que já andou metendo os pés pelas mãos ainda na campanha, sendo acusado pela candidata, agora senadora, Soraya, de ameaça de morte. Deu sorte de encontrar Bolsonaro durante um mergulho na Barra da Tijuca, de lá voltando com a missão de arregimentar correligionários no estado para o que também parecia uma grande aventura. Sua única experiência política havia sido uma assessoria para a natimorta candidatura do à época aprendiz de gângster Iran Garcete. Hoje Rodolfo se refestela no sofá da casa de Jair Bolsonaro. Que, no Planalto, tenha juízo, um pouco mais de compostura, e que dê mais sorte que Raufi Marques e Humberto Teixeira.

Que tal? Rodolfo Nogueira, ao lado do presidente da UDR, Nabhan Garcia, visitando o presidente eleito Jair Bolsonaro

Raufi Marques, com Collor de Mello, em 1994

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