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O Planalto ficou sem o troféu

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14/01/2019 – 06h56

O pragmatismo boliviano e o receio dos italianos de uma possível reviravolta em solo brasileiro deixaram o governo Bolsonaro sem a foto oficial com Battisti

A polarização política no Brasil atingiu um nível que até mesmo os mais distraídos são obrigados a tentar pelo menos uma opiniãozinha de vez em quando. Se o tema for a prisão do italiano Cesare Battisti, aí teremos pano longo para muitas mangas, sejam elas da esquerda ou da direita. O primeiro a tocar fogo nas redes sociais foi, como se sabe, o próprio presidente Jair Bolsonaro. Foi logo cedo, às 9h10: “Parabéns aos responsáveis pela captura do terrorista Cesare Battisti! Finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideias de um dos governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)”.

Tirando as exclamações do texto do capitão reformado — uma tônica nos twitters —, sobram a campanha ainda aberta, mesmo depois da posse e de dois meses e meio das eleições, e a imprecisão, pois seria impossível um ranking mais ou menos preciso sobre a corrupção mundial por partidos. Concentremos-nos no essencial: Bolsonaro e os ministros sabiam desde a madrugada que tinham ouro em mãos, pois Battisti, com a incompetência petista, representa, para o torcedor fanático do presidente brasileiro, um novo troféu do fracasso do lulismo ou pelo menos de determinadas defesas do PT.

Battisti, assim como Luiz Inácio Lula da Silva, está preso. O sonho dos governistas era que o italiano desse uma paradinha no Brasil, pois a primeira foto do homem tinha como fundo a marca da polícia boliviana de Evo Morales, um governante pragmático. Tudo que a Polícia Federal brasileira queria era que a fotografia tivesse os agentes brasileiros enquadrados, mas acabou perdendo o alvo, inclusive com uma série de tiros n’água na busca por Battisti ao longo dos últimos dias. A reunião na manhã de ontem no Planalto tinha como pauta um roteiro preparado pelo governo para desgastar o PT, a ponto de um avião da Polícia Federal brasileira ter saído de Corumbá (MS) em direção à Bolívia para trazer o italiano.

Mas o pragmatismo boliviano e o receio dos italianos de uma possível reviravolta em solo brasileiro deixaram o governo Bolsonaro sem a foto oficial com Battisti. Restou a manifestação do presidente brasileiro pelas redes sociais, aquela feita logo pela manhã. Com as exclamações.

Leonardo CavalcantiCorreio Braziliense

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