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terça-feira, abril 23, 2024

Ciro dá o troco no PT e mira o próprio futuro

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12/10/2018 – 08h36

Não é nada perto do que o PT fez com ele antes da campanha começar

Terceiro colocado no primeiro turno, com 13,3 milhões de votos, Ciro Gomes abandonou Fernando Haddad à própria sorte e decidiu embarcar para a Europa. Não é nada perto do que o PT fez com ele antes das eleições começarem, mas ainda assim é uma punhalada profunda na estratégia traçada pelo ex-presidente Lula.

Assim como Jair Bolsonaro, Ciro Gomes começou a organizar sua corrida eleitoral anos atrás. Foi no início de 2016 que duas páginas — “Cirão da Massa” e “Ciro Gomes Zoeiro” — inundaram o Facebook com vídeos do pedetista em palestras e eventos país afora. Desde então, conquistaram, somadas, mais de 800.000 curtidas.

Na virada deste ano, Ciro havia se tornado a principal força eleitoral da esquerda depois de Lula. No entanto, após a condenação do ex-presidente em segunda instância, que o tornava inelegível, o petista optou por fazer valer a hegemonia de seu partido. Dono de um quarto do eleitorado brasileiro, Lula apostava que colocaria qualquer nome no segundo turno. A história provou que tinha razão.

Há um mês, após qualificar a candidatura de Haddad como “fraudulenta”, Ciro cravou: “isso vai dar merda, não tenho a menor dúvida. (…) A gente não pode chamar a nação para dançar na beira do abismo”. Lula chamou. Fora do segundo turno, Ciro lavou as mãos.

Desde a morte de Eduardo Campos, em 2014, ninguém na esquerda ousava confrontar os desígnios de Lula. Ciro ousou. E, mesmo perdendo, sai maior do que entrou na disputa. O pedetista é hoje mais parecido com a Marina Silva de 2010, que surpreendeu o país como terceira via à polarização PT-PSDB, do que a de 2014, que acabou derrotada após liderar a corrida.

O ex-governador do Ceará conseguiu atravessar a campanha sem fazer com que sua incontinência verbal provocasse um suicídio político, como fizera em 2002. Se Geraldo Alckmin frustrou as mais pessimistas expectativas de seus aliados, Ciro acabou conseguindo terminar maior do que se esperava e levantará permanentemente a desconfiança sobre o que ocorreria se o centrão o tivesse apoiado. Na dúvida, o presidente do PDT, Carlos Lupi, aproveitou a coletiva em que anunciou o “apoio crítico” a Haddad para lançar a candidatura de Ciro à disputa presidencial de 2022.

Paulo Celso Pereira/O Globo

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